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Por causa da pandemia, a GNR lançou a operação "Fátima em casa". Cá em casa, vamos acolher a recomendação da GNR.
Nos últimos dias, tenho recebido muitas mensagens a apelar para o consumo de produtos nacionais. Vêm de empresas com prefixos e sufixos como: consulting, business, bank, agency. Gosto da exaltação patriótica. Thank you very much!
Sirvo-me do nome de um disco de Fausto, para falar dos Kraftwerk. São territórios diferentes, mas, em ambos os casos, a ideia de viajem serviu de motor à criação musical. Os Kraftwerk abordaram as viagem de automóvel pelas autoestradas alemãs, em “Autobahn”; as viagens de comboio pela Europa, em Trans-Europe Express; as viagens de bicicleta, em “Tour de France”. Mas a carreira dos Kraftwerk é, toda ela, uma enorme viagem: das aventuras experimentais de Ralf Hütter e Florian Schneider, à consolidação dos Kraftwerk, como quarteto pop. De Radioactivity (1975) até Electric Café (1986), o quarteto transportou a música electrónica do experimentalismo erudito, para a arena pop. E isto, com temáticas pouco habituais na pop-rock - como ciência e a tecnologia - e recusando todos os clichés do género. Os Kraftwerk nunca exibiram ganga, nem cabelo comprido, nem miúdas giras.
Comecei este texto a falar de Fausto que, aparentemente, está nos antípodas musicais dos Kraftwerk. Bem, os Beach Boys também. E, no entanto, terão sido uma das principais influências do grupo alemão, que considerava que eles tinham criado a banda sonora perfeita da Califórnia, dos anos 60. Os Kraftwerk queriam fazer algo parecido, aplicado ao contexto industrial alemão. E fizeram-no. Talvez sem saberem que estavam, já, a criar uma banda sonora para o mundo inteiro. E a criar um mundo novo, como os descobridores cantados por Fausto. Florian Schneider morreu, tinha 73 anos. Fim de viagem.
Vejo, por aqui, pessoas muito bonitas, depois de uma ida ao cabeleireiro. Pelo que consigo perceber, estava tudo pelos cabelos com o isolamento social.
Cerca de 30 mil portugueses foram repreendidos pela Autoridade Marítima, porque resolveram ir à praia no fim de semana. 30 mil. Confirma-se, a capacidade de mobilização da PRAIA é superior à da CGTP.
A binha bátria é a lígua burtuguesa (Fernando Pessoa, um bugadinho gunstipado). Hoje celebra-se, pela primeira vez, o Dia Mundial da Língua Portuguesa.
Primeiro dia de desconfinamento. E então, estão-se a portar bem? Não se esqueçam, é muito importante que ter um bom estado de calamidade, senão voltamos para o estado de emergência. (Ai, estas designações dão cabo de mim!)
Onde a maioria vê um problema, eu vejo uma oportunidade. Ontem, por exemplo, tive a oportunidade de achatar uma curva de roupa por passar. Usei um ferro a vapor. Prova superada. Vamos ver como é que eu vou encarar o próximo problema, aliás, oportunidade: cortar os pulsos.
Rita Redshoes e Camané juntos num vídeo, maravilhoso, sobre estes dias de confinamento. O vídeo tem muitos vídeos dentro, com janelinhas no computador da Rita, que podiam ser o nosso, ou das televisões que, por estes dias, têm uma estética semelhante. A canção, em português, é uma espécie de valsinha luminosa que lembra outras canções da Rita, mas que não ficaria mal num disco de Rodrigo Leão. A canção chama-se “Contigo é pra perder”, mas tenho para comigo que é pra ganhar.
Teletrabalhadores de todo o mundo, uni-vos! Cada um em sua casa.