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Por favor, peço-vos: não estendam a tolha na praia, nem vão passear para a marginal. E não é só por causa do vírus. É porque está a chover no litoral, a nevar no interior e, também, porque a parvoíce tem limites.
Por acaso, ninguém tem umas perneiras de malha que me empreste? É que andamos a fazer ginástica, cá em casa. Eu gostava de continuar, mas com estilo.
Obrigado, Feira de Março. Graças a ti, nunca me esqueci dos anos do meu pai. O meu pai já cá não está, há uns anos. Tu, este ano, também não estás. Volta para o ano, por favor. É que eu sou péssimo com aniversários.
Nos dias que correm, a agenda (e a cabeça) é monotemática. Tudo nos lembra a mesma coisa. Esse vírus manhoso que anda pelas ruas, à solta, e nos prende em casa. Hoje, morreu Albert Uderzo, o ilustrador que criou Astérix, com René Goscinny. Albert Uderzo tinha 92 anos. Não morreu por causa do coronavírus. Mas lembrou-me que hoje, sim, os romanos têm motivos para estarem loucos. E que temos, todos, que resistir ao vírus, como os gauleses. Se eles resistiram ao exército mais poderoso do mundo, nós também vamos conseguir. Já agora, uma poção mágica dava jeito. Onde andas, Panoramix?
Kenny Rogers morreu hoje, com mais de 80 anos, e eu voltei aos anos 80. Fui para o youtube ouvir "Lucille" e "Coward of the County", mas, sobretudo, os duetos com a Dottie West, a Sheena Easton e a Dolly Parton. Deu-me, ainda, vontade de ir ao Pagapouco e a uma reunião da Tupperware. Mas não fui. E não foi por causa do Coronavírus. É porque, daqui a pouco, vou ver as patifarias do JR no Dallas.
ALERTA CM A Cofina vai comprar a TVI. ALERTA CM A Cofina vai compara a TVI. ALERTA CM Ah, espera... afinal parece que não!
Uma certa e determinada autarquia tinha prevista, para hoje, uma sessão de esclarecimento sobre coronavírus, que foi cancelada... por causa do coronavírus. A sessão era de esclarecimento. Estou esclarecido.
Gosto da Charlotte Gainsbourg. Acho que é uma artista filha da mãe.
Há cerca de 6 anos, um bicho manhoso atirou-me para a cama de um hospital. Queria-me matar, o animal! Felizmente, não conseguiu. Mas, entre muitas coisas, o bicho manhoso tirou-me a capacidade, física e mental, de ler. Eu queria ler, precisava de ler, mas não conseguia. Estava demasiado debilitado para romances, ensaios ou biografias. Tentei ler pequenos contos, livros infantis, mas nem esses conseguia. As letras dos jornais tremiam, os livros de banda desenhada trocavam-me os olhos. Passei a folhear novelas gráficas, livros de design, de arquitetura. Mas, faltavam-me as palavras. As primeiras chegaram-me, a custo, num livro de Sepúlveda: a "História de um gato e de um rato que se tornaram amigos" trouxe-me as primeiras palavras escritas, em semanas. O livro, maravilhosamente ilustrado, permitiu-me sair da cama do hospital, para os telhados de Munique, onde a história se desenrola. Hoje, é Luís Sepúlveda quem está doente. Espero que volte depressa para as palavras, que as palavras o levem para onde ele quiser. E, se for possível, que nos leve com ele.