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Luís Montenegro foi à SIC defender que "é preciso dizer Chega", que "é preciso dizer Basta"! Terá escolhido as palavras à ventura ou foi de propósito?
Cavaco Silva está triste com o resultado do PSD. Cavaco Silva diz que Maria Luís Albuquerque é "uma das mulheres com maior capacidade de intervenção" que conheceu. Cavaco Silva considera que é preciso "reconstruir a unidade do partido". Luís Montenegro só deverá falar sobre a "unidade do partido", na quinta ou sexta-feira.
Quem quer coligar com a Carochinha, que é tão rica e bonitinha?
Confesso, ando confuso. No sábado, achava que o dia de reflexão não fazia sentido. No domingo, achei que hoje é que devia ser o dia de reflexão. Hoje, quero refletir mas não consigo.
[Foto: Mário Cruz - Lusa]
Escrevi este texto, em 2017, por altura da morte de Mário Soares. Achei que fazia sentido voltar a este texto, no dia da morte de Freitas do Amaral.
Foi uma grande campanha eleitoral: Soares contra Freitas, nas Presidenciais de 1986. Freitas fez uma campanha à americana: jovem, moderna, com um slogan irresistível, com a sua mulher bonita ao lado. A malta do liceu andava muito excitada com o Freitas. Eu também estava fascinado, com o antigo líder do CDS. Os cartazes, os autocolantes, as bandeiras. "Prá frente portugal?", claro que sim!
Mas, depois, a minha irmã chegou a casa, toda "Soares é Fixe!", com uns autocolantes que faziam lembrar o "Nuclear não, obrigado!", e o meu coração vacilou. Eu achava que o "bochechas" estava velho. Mas a minha irmã dizia que não, que o outro era mais novo mas tinha ideias velhas. Freitas, dizia ela, era um reaccionário de direita e só os fascistas é que gostavam dele. Além do slogan, a música de apoio a Soares do Rui Veloso também era fixe, e o MASP (Movimento de Apoio Soares à Presidência) crescia de dia para dia, com o apoio de gente fixe. Depois, os comunistas taparam a cara de Soares; Soares ganhou; Freitas perdeu mais do que seria admissível e a política foi ficando mais tecnocrática e cinzenta. Cavaco teve culpas no cartório. Soares, o rei-republicano, também. E nunca mais houve uma campanha, como a de 1986.
Mas, sim, Soares foi (mesmo) fixe.
Dizemos, muitas vezes, que uma música ou um artista nos salvou a vida. É, obviamente, uma metáfora, um exagero. Mas, para o maestro José Antonio Abreu, salvar a vida era mais do que uma figura de estilo: transformou-se numa missão. Abreu fundou o "El Sistema": um sistema para salvar as crianças pobres da Venezuela, através da música. Uma rede de escolas, orquestras e coros que se foi espalhando pelo país. Centenas de milhares de crianças e jovens, saíram de meios de pobreza extrema - ligados à droga e à criminalidade - e chegaram aos maiores palcos do mundo. E apaixonaram os maiores maestros do mundo. E geraram um dos maiores maestros do mundo: Gustavo Dudamel.
Ei-los a celebrar "Mambo", de Leonard Bernstein. O tema faz parte do musical West Side Story: uma variação de "Romeu e Julieta", em que dois grupos rivais de jovens delinquentes (um deles latino) se digladiam nas ruas de Nova Iorque. No fundo, o meio de onde vieram os músicos e a música que estão em palco. "Mambo", no Dia Mundial da Música, a salvar a vida: a deles, mas também a nossa.