Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Quando eu era pequeno, adorava passear na Curia: estação, as ruas arborizadas, os parque, o lago, os barcos, as termas, as pensões familiares, os grandes hotéis. Um paraíso. De modo que estranhei, quando ouvi falar da guerra dos curianos. Guerra, na Curia, mas porquê? Podia ter perguntado à Rita Colaço. Mas não teria sucesso.
Porquê? Porque, nessa altura, ela era demasiado nova, para saber, sequer, onde era a Curia. Mas já devia saber coisas sobre a Coreia...A reportagem da Rita, na Antena 1, agora que os curianos andam a apertar as mãos, está aqui.
https://www.rtp.pt/noticias/grande-reportagem/grande-reportagem-o-medo-e-um-lugar-estranho_a1044739
Ouvi o realizador belga, a dizer que, na Síria, o som é muito importante. A pessoas habituaram-se a ter os ouvidos alerta, para perceber se há guerra nas redondezas. Para perceber a que distância podem estar os tiroteios, os carros de combate, os bombardeamentos. Se podem sair de casa, ou se é melhor abrigarem-se.
As pessoas podem tentar ver pela janela. Mas serve de pouco. Os olhos pouco alcançam. Talvez a rua, os vizinhos da frente, o parque das traseiras. E se virem gente aos tiros e bombas a cair, é porque já é tarde de mais. O ouvido é, portanto, fundamental.
Ora, eu, que sou todo ouvidos, a viver numa sociedade dominada pelas imagens, achei isto muito curioso. E deixei-me ficar a ouvir, deliciado, a reportagem sobre o filme "Na Síria", de Philippe Van Leeuw. E, depois, o programa inteiro. O Cinemax, da Antena 1, com edição de Tiago Alves, é um programa sobre cinema feito, apenas, com sons. Sons que nos fazem ver, por antecipação. Por antecipação, como na Síria.