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Acabei, ontem, de ler a biografia de Mário Soares, com a assinatura de Joaquim Vieira. “Uma Vida” é o subtítulo desta biografia. Uma vida cheia. Ao final do dia, a notícia do internamente de Soares, veio lembrar-me que qualquer vida, por mais cheia que seja, chega ao fim. A de Soares ainda não chegou, mas o fim (percebe-se) está próximo.
“Uma vida” é um trabalho de fundo: com investigação, entrevistas, base bibliográfica sólida, trabalho jornalístico. Há até pontos em que as biografias dos dois se cruzam. Joaquim Vieira começa por referir que conheceu Soares, antes do 25 de Abril em Paris: Mário era um exilado célebre do regime, e Joaquim um jovem com simpatias albanesas. Mais tarde Soares, Presidente, zanga-se com Joaquim, jornalista do Expresso, por causa do famoso caso do “fax de Macau”.
Mas os dois respeitam-se, isso é visível ao longo do livro. Mais de 800 páginas de acção, crime, intriga, sexo, corrupção. Enfim, todas as coisas que fazem um bom “thriller” ou uma aventura de James Bond. No final, sabe a pouco. Porque Soares parece ter mais do que uma vida, teve várias. Umas correram melhores do que outras. E ele sempre assumiu isso. É a vida!