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Há qualquer coisa de inexplicável, nesta greve da função pública. O governo anunciou que ia repor o horário de trabalho semanal de 35 horas.Os sindicatos anunciaram greve. Porque estão contra as 35 horas? Não. Porque estão solidários com o setor privado, que trabalha 40? Também não. Apenas, porque o governo pretende implementar a medida no próximo semestre . Os sindicatos exigem que seja já: hoje, agora, de preferência ontem.
Não está em causa se a medida é justa ou não (se bem que gostava de a ver discutida, com seriedade). Pelos vistos, governo e sindicatos acham que sim. É uma questão de tempo. E de modo. Pensei num exemplo prático. Imaginem que um pai tinha retirado a motorizada ao filho. Porque tinha tirado más notas, ou porque, simplesmente, não havia dinheiro. No momento em que o pai anuncia que vai buscar a motorizada, que está guardada numa garagem, o filho anuncia uma greve. “Mas já não queres a mota?”, pergunta o pai. “Quero”, responde o filho, “mas tem que ser já”. “Mas, se não for já, deixas de querer?”. “Continuo a querer”, responde o filho. “Então, qual é o problema?”, pergunta o pai. “O problema é que tem que ser já”.
Talvez o exemplo não seja o melhor. Talvez ande a pé. Como eu.