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Desde que Paulo Portas decidiu assumir-se como político, que há muita gente a fazer comparações entre o Portas jornalista e o Portas político. Entre o Portas das perguntas e o Portas das respostas. Entre o Portas da ideologia e o Portas da prática. Ou, entre o Portas dos princípios e o Portas dos compromissos. Lamento informar: não há dois Portas. Só há um. Portanto, não faz sentido especular sobre coisas como “o que diria o Portas jornalista do governo PSD/CDS?” ou “o que diria o Portas jornalista do Portas ministro?” Diria o que lhe apetecesse e o que lhe desse jeito.
Que sentido faz distinguir entre Clark Kent e o Super-Homem, ou entre Peter Parker e o Homem-Aranha? Portas também veste e despe o fato (literalmente), consoante as ocasiões. Mas é sempre o mesmo. Seja o jornalista de convicções e speeds do Independente; o Paulinho das feiras, de parka e boné; ou o ministro Paulo Portas, de fato de estilo inglês. É sempre ele.
Esta semana, Portas esteve no parlamento, como membro do governo, mas já falava à oposição: “geringonça”, “bebedeira coletiva”, “ressaca”. Mas, então, onde é que está o Portas estadista? Está no mesmo sítio, mas já mudou de fato.