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Esta capa do jornal i lembrou-me uma crónica de Ricardo Araújo Pereira. Diz o i: “PS só revela acordo quando a queda do governo estiver eminente”. Cito (de cor) Araújo Pereira (esse mestre da ciência política): “mas o ponto não é esse. O ponto não é esse. O ponto só eu e o Pacheco Pereira é que sabemos. E, mesmo assim, não dizemos nada a ninguém”. Ricardo antecipou António Costa e o acordo de esquerda. A coligação ganhou, mas esse não é o ponto. A alternativa existe, mas não dizemos nada a ninguém.
Eu sou espectador da Quadratura do Círculo. Muitas vezes, as questões de Carlos Andrade são respondidas com um “ó Carlos, eu já lhe respondo, mas…” ou “eu percebo a sua curiosidade, mas deixe-me dizer-lhe o seguinte”... - que, geralmente, são formas de não responder. Outra expressão recorrente é “O ponto não é esse” - utilizada, sobretudo, por Pacheco Pereira e glosada pelo humorista. O “e, mesmo assim, não dizemos nada a ninguém” aplica-se, agora, a António Costa, que deixou a “Quadratura” e entrou para a "Casa dos Segredos".