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“Estás a ler o livro do António Costa? Ah, ah, ah!”. “Qual é problema?”, perguntei. “António Costa, António Costa!”, foi repetindo o meu filho, com um riso trocista. O meu filho fez-me lembrar uma menina que corria a chamar “Saramago”, quando via um velhinho na televisão. O ancião tinha, na altura, acabado de ser agraciado com um Nobel e aparecia muito na televisão. E a televisão, concluí, não mostra muitos velhinhos. De modo que, quando aparecia um, só podia ser o Saramago.
Ora, o meu filho sabe que eu gosto de livros e de política. Portanto, não devia achar estranho eu estar a ler um livro sobre o António Costa. De onde virá a sua surpresa? Por ser um político de agora? Por achar que ainda não é suficientemente importante? Será que ainda não merece um livro? Será que o meu filho não gosta do líder do PS?
Tentei perceber. Perguntei-lhe porquê. Mas ele encolheu os ombros e respondeu “sei lá”. Depois, voltou a perguntar: “Mas, porque é que estás a ler um livro do António Costa?”. Ainda tentei responder, mas ele foi repetindo “António Costa, António Costa!”.