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Cavaco Silva resolveu indigitar Passos Coelho como primeiro-ministro. Tomou, mal, uma boa decisão. Foi uma boa decisão porque nomeou o líder da Coligação, a força política mais votada. Mas foi um processo mal conduzido: no tempo e nos termos.
O Presidente da República esteve mal antes das eleições ao deixar instalar a ideia de que só nomearia um governo maioritário. Depois, esteve mal quando, a seguir às eleições, chamou Passos Coelho, encarregando-o de formar governo. Durante esse tempo, a Coligação fez de conta que tinha maioria absoluta e o PS fez de conta que ganhou as eleições. Cavaco assistiu ao longe…
Finalmente, esteve mal, ontem, nos motivos evocados para justificar a sua decisão. Cavaco Silva, que gosta de propagandear consensos e estabilidade, balcanizou o sistema partidário português e apelou aos deputados do PS para votarem contra a direcção do partido. Finalmente, antecipou a quebra de confiança dos financiadores e dos mercados em Portugal.
Bravo, senhor Presidente! Agora, que estamos mais perto da estabilidade, indigitemos.