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A morte de um escritor é sempre notícia. Günter Grass morreu, esta manhã. Ouvi na rádio e, depois, li nos jornais on-line.
Geralmente, conhecemos a vida e obra de um escritor nos obituários dos media. Raramente, um escritor é notícia. O lançamento de um livro, não é notícia. Uma entrevista de um escritor, não é notícia. Mas a sua morte é. E é nessa altura, com o corpo ainda quente, que (ironicamente) se começa a falar da sua vida.
Não será, apesar de tudo, o caso de Günter Grass. O escritor foi distinguido com o prémio Nobel, em 1999. E isso é notícia. Quando alguém recebe um Nobel, os media tentam perceber porquê.
Entretanto, esta tarde morreu outro escritor: Eduardo Galeano. Verifico que o tom das notícias é semelhante: um parágrafo para dizer quem é, outro para realçar as obras mais importantes, um breve resumo da sua vida familiar, o contexto político em que viveu.
Depois, nada. Volta-se à política e ao futebol. Até que morra um escritor de vulto, que não conhecemos, mas que lamentamos a sua morte.