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“Samba, como na dança”, diz a certa altura o personagem principal, a sorrir. Samba não tem muitos motivos para sorrir. É um emigrantes senegalês, há mais de 10 anos em França, ilegal. Não tem contrato de trabalho, porque não tem residência fixa. Não tem residência fixa, porque não tem contrato de trabalho. O absurdo de milhares de emigrantes na Europa.
O filme é sobre a vida de Samba, dos que vivem como ele, dos que o tentam ajudar, dos que exploram o seu trabalho, e dos que o tentam apanhar. Todos vivendo e agindo, segundo regras absurdas.
O filme fala de tragédias, mas tem um tom ligeiro. Leio críticas que desaprovam o seu tom de comédia romântica. Não é alternativo que chegue? Pelos vistos, não. Mas não tem explosões, pistolas, perseguições de carro. Nem mulheres fatais, heróis e vilões. Uma raridade no cinema.
Este é um filme com uma história, com actores, com pessoas. Tem um tom ligeiro que me fez sorrir e rir, com gosto.
"Samba" dança na corda bamba, como a canção dos Clã. E não cai.