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Há um ano, sentia-me muito mal. Fixei a data: 17 de Março. Logo eu, que me esqueço de tudo. Não decoro feriados. Não decoro dias festivos como os dias do pai ou da mãe. Nunca sei quando é a Páscoa ou o Carnaval. Esqueço-me de aniversários, de familiares e amigos. Já me esqueci, inclusivamente, do meu próprio aniversário. Mas decorei esta data: 17 de Março.
Há um ano, sentia-me muito mal. A data deveria estar esquecida. Mas não está. Porque, entretanto, entrei no hospital; fui internado; entrei em coma. Durante vários dias, estive ligado a máquinas e desligado da vida.
Há um ano, comecei a morrer. Sem saber.
Esta é, no entanto, uma história com um final feliz. Caso contrário, não estaria aqui a escrever. Os médicos só me falaram em morte, quando eu já eu estava bem vivo. Vivo, felizmente.
A vida é, também, uma questão de sorte. O que faz com que não seja justa. Porém, vou fazer como no futebol: quando se ganha, não se fala mal da arbitragem.
Agora, como diz a canção, Quero é Viver.