Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Queridos amigos. Não se esqueçam que amanhã é um dia especial. Pronto, já avisei. Não precisam de agradecer. Enfim, sou mais que vosso pai.
Elis Regina faria, hoje, 80 anos. Faria, mas não fez. Morreu, muito jovem, em 1982. Tinha 36 anos. Em 74, tinha 28 e já era uma das cantoras mais populares do Brasil. Mas faltava-lhe prestígio. A geração anterior, da bossa nova, questionava-lhe o gosto. A nova geração, do tropicalismo, também. Era recíproco. Elis duvidara do valor da bossa, rejeitara o rock e questionara a introdução de instrumentos elétricos na música popular brasileira.
Daí a surpresa. Quando fez 10 anos de contrato com a PolyGram, a editora perguntou a Elis o que que é que gostaria de receber de presente. A cantora pediu um disco com Tom Jobim e foi para os Estados Unidos, gravar com o mestre. O encontro foi difícil. Os egos chocaram de frente e o disco esteve para não acontecer. Felizmente, aconteceu. E o que começou mal - e tinha tudo para acabar mal - acabou bem. Tão bem, que "Elis e Tom" é uma obra-prima.
Camilo faz 200 anos e permanece moderno. A sua vida dava vários filmes. Escreveu-a, em mais de 140 livros.
- Então, sempre vai haver eleições antecipadas...
- Sim, na Madeira. Aquilo não ata, nem desata. São as terceiras eleições, em menos de...
- Não, eu estou a falar...
- ... das autárquicas? Bem, em Lisboa, o PSD vai repetir o candidato e o PS avança...
- Mas, quais autárquicas?! Refiro-me…
- Às presidenciais, claro. O PS continua sem candidato e o almirante...
- Eu estou a falar das legislativas.
- O que é que tem?
- Então?! Vamos ter eleições legislativas.
- Ai, sim? Desculpa, eu de eleições percebo pouco.
Foi um gosto conversar sobre o livro "Aqui Onde Ardo e Canto", com o escritor Francisco Mota Saraiva e com o professor Carlos Fiolhais, em Coimbra.
"Aqui Onde Ardo e Canto" é uma estreia surpreendente, do escritor, e exige, ao leitor, um mergulho em apneia - ou um salto no escuro - que implica o risco de perder os sentidos, até o livro ganhar sentido. Um livro forte, intenso e desconcertante, que, primeiro, nos obriga a ganhar coragem e, depois, a mantê-la até ao fim. Chegados ao fim, fica-nos colado à pele, como o cheiro do Africano no corpo e nos sonhos de Rosália, a preta.
Arde, mas não cura.
Os portugueses não existem. É uma das conclusões a tirar do Festival da Canção. Existem uns, existem outros, e existe a combinação de uns com os outros.
Ontem, apresentaram-se a concurso doze propostas artísticas muito diferentes. A canção que tinha concluído a votação do júri com zero pontos recebeu 12 pontos do público. A canção mais votada pelo júri não foi a canção que venceu. Houve empate entre duas canções e, em caso de empate, ganha a canção mais votada pelo público. Num mundo cada vez mais polarizado, ganhou a canção que fez o melhor compromisso. Interessante.